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sexta-feira, 27 de abril de 2012

feudalismo e sua sociedade

Cada vez mais enfraquecia o governo dos sucessores de Carlos Magno em toda a Europa. A partir do século IX até o século XII, uma nova organização social, política e econômica se firmava com o nome de feudalismo.[57]
O feudalismo teve raízes remotas, numa situação econômica dos últimos séculos do Império Romano, quando a terra se tornou a principal fonte de riqueza e a agricultura, a atividade predominante. Na Idade Média, a sociedade era modesta, tinha vida simples, e voltada para os campos. As freqüentes guerras, as estradas ruins traziam graves prejuízos para as transações comerciais. Nessas condiçôes, os grandes proprietários de terras se tornavam donos de grandes riquezas e exerciam forte domínio sobre os demais, enfraquecendo o poder dos reis.[57]
Quem possuía pouca terra ou não possuía tinha que se colocar à disposição dos ricos senhores, contentar-se em cultivar os campos ao fundo dos feudos deles e, em troca, receber uma pequena parte dos frutos.[57]
A Idade Média, sem dúvida, é a soma de várias mudanças introduzidas pelos bárbaros na Europa Ocidental. Com os bárbaros houve a quebra da unidade política romana. Alguns costumes bárbaros foram seguidos na sociedade feudal, como o comitatus, que era um acordo de fidelidade feito entre os chefes bárbaros e seus guerreiros, o que acabava formando um forte relacionamento de dependência interpessoal.[57] Outro costume foi o beneficium, usado entre os bárbaros, que era a doação de terras aos guerreiros que venciam as batalhas.[58]
Mudando a situação econômica, também a organização política adquiriu um novo aspecto. Os reis, enfraquecidos, começaram a pedir a ajuda dos ricos senhores de terras, tanto na parte financeira como na parte militar. Esses reis acabavam doando terras em troca dos serviços recebidos. Essas doações de terras entre reis e ricos senhores e entre estes e os senhores de menores posses foram chamadas de feudos. O rei doava as terras numa cerimônia chamada investidura. Aquele que recebia a terra chamava-se vassalo do rei. O vassalo fazia o juramento de fidelidade e apoio ao rei e este, em troca, lhe prometia apoio financeiro e proteção militar.[58]
De modo semelhante, senhores com menos fortuna se colocavam ao dispor de nobres de menos posses, que também passavam a ser seus vassalos e protegidos. Nascia, assim, a submissão direta de um homem a outro homem e o acordo de fidelidade - isto se tornou o fundamento do feudalismo. Havia, então, uma relação de respeito e obediência nessa sociedade: suserano era aquele que doava o feudo e vassalo era quem recebia o feudo. O rei era o suserano dos suseranos, mesmo não tendo o poder, que se achava dividido entre muitos.[58]
Esses feudos se tornaram auto-suficientes, produzindo tudo de que a população local precisava, desde os alimentos, o vestuário, a madeira até os artefatos de ferro. Por necessidade de se protegerem contra constantes guerras e invasões, construíram castelos fortificados, que eram as sedes dos feudos.[58]
 sociedade:
A organização social foi determinando, pouco a pouco, a fraqueza do poder real. Concedendo o benefício de feudos aos vassalos, os reis concediam também direitos internos, chamados imunidades. Para o rei sobravam os encargos de administrar a justiça, os impostos, e o direito de chamar os homens às armas. Desse modo, os vassalos acabaram levando vantagens e algumas vezes entravam em atrito contra o próprio rei, que não conseguia manter o controle sobre seus territórios.[58]
No período feudal, a sociedade era dividida em classes distintas, cada uma com funções diferentes. A classe mais forte era a dos nobres, desde os títulos mais altos (marqueses, condes, duques) até os simples cavaleiros. Aos nobres era dada a responsabilidade da guerra, e eles gastavam do seu próprio bolso para comprar os armamentos necessários, para selar e manter seus cavalos.[58]
Ao lado dos nobres, quase no mesmo plano, estava o clero, isto é, os membros da Igreja (como os padres, os bispos, os abades), que geralmente eram ricos e influentes.[58] A classe inferior era constituída pelos artesãos, poucos e pouco importantes, e pelas grandes massas de camponeses, que trabalhavam duramente, mas em condições diferentes dos escravos. Como a maioria das terras eram feudos pertencentes aos nobres ou aos membros da Igreja, sobravam poucas propriedades livres ao redor dos feudos.

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